sexta-feira, junho 30, 2006

"Marqueteiro" é a mãe!!!

José Luiz Tejon Megido
Autor do livro “O Vôo do Cisne”, professor de MBA de marketing e vendas da ESPM, presidente do conselho da ABL – Associação Brasileira das Listas, mestre em educação, artes e história da cultura e palestrante da Universidade de Líderes – As Estratégias das Vitórias.

Benditas sejam todas as mães, mas misturar "jogadas de marketing" com administração e "marqueteiros" com profissionais de gestão do mercado é insanidade de lógica ignorante! Essa profissão que tem ética e fundamentos sólidos na administração de empresas está virando na percepção popular coisa de espertos, safados, picaretas e, sem explicitarmos o palavrão claro, gente vista como bons "filhos da mãe".

Está certo que como em todas as profissões do mundo existem os competentes do mal e do bem e os ingênuos de plantão. Sai lei do Gerson, entra Lei do Zeca Pagodinho, sai prêmio na propaganda Top de Marketing e entram os dirigentes da organização na cadeia por crime do "colarinho branco", etc. Isso acontece! É a parte sendo tomada pelo todo.
Existe ética na área de marketing? Sim, é claro. Da mesma forma como em todas as profissões. A ética em marketing pode ser mais sutil, mais difícil de ser claramente definida? O que você acha?

O que é marketing, em síntese e fácil português? É gestão das percepções humanas. O que é isso? É a distância que separa o que podemos considerar realidade versus o imaginado, o sentido, à vontade, o desejo, a angústia, o conceito e o pre-conceito. Se o campo pode ser nebuloso é por que a vida humana sobre a terra poderia também ser considerada nebulosa. O comunismo não prosperou por que ignoramos as vontades, desejos e angústias humanas pela obtenção das coisas pelo "fetiche das mercadorias".
A vacinação infantil, o combate à Aids, o sucesso da APAE, do Hospital do Câncer, da AMA (Amigos dos Autistas), do IPQ (Instituto Pró Queimados), do meio ambiente e da sustentabilidade do planeta são assuntos de marketing?! Salvar vidas, dar dignidade às minorias, distribuir alimentos, isso é assunto de profissionais de administração especializados em marketing ou arranjo para "marqueteiro"?

Os seres humanos são tão parecidos, mas tão absurdamente diferentes. Ninguém deseja ser mais um na multidão, abelha operária na colméia, soldado anônimo no formigueiro. Até o "não consumo", a não "marca" é uma forma de dizer eu sou "eu". Desejamos, queremos, nos apaixonamos, sonhamos. E esse sonho, essa imaginação sempre antecede e cria a realidade futura. Quando marketing era somente coisa de "maquiagem", assunto da comunicação, da embalagem, da astúcia de vendas, da propaganda, talvez fosse mais fácil rotular essa profissão de "marqueteiros" como uns "bruxos" alquimistas. Era mais simples Goebels operar uma cirurgia plástica criando uma "Barbie" e um "Ken" nazistas transfigurados em salvadores da raça humana no planeta terra!

Mas e agora quando o diferencial dos produtos, dos serviços já nascem embutidos na tecnologia. Já vem na ciência dos MIT's e das "Embrapa's" da vida. E quando o engenheiro vira "marqueteiro", quando o geneticista é "marqueteiro", quando o jornalista pensa como "marqueteiro", quando o médico descobre estar "marqueteiro", quando o advogado é "marqueteiro" na defesa do cliente? Quando a forma se confunde com conteúdo, quando o corpo do produto é dependente da sua alma? Quando o regime político, a república e o caráter do homem público é ingrediente legítimo das entranhas do seu "marketing"? Como podemos separar marketing das demais funções da gestão? Como redefinir sua ética? Os cientistas que buscavam um produto farmacêutico para uso cardíaco e descobrem o Viagra são o que? Os geneticistas que "jogam dados" com os genes e criam uma planta resistente a uma doença são o que? O "niilista", ativista, que tudo nega e se planta na porta da reunião da Organização Mundial do Comércio é o que?

Marketing veio depois ou já nasceu nessa descoberta, nessa atitude? O frango e o porco que consumimos hoje, preparado para ser processado, desenvolvido para ter partes mais nobres de carnes, programado para ser separado e desmontado no frigorífico, quando nasceu o seu "marketing"? É truque de apresentação, da propaganda, ou já vem inserido no seu código genético?
Não tenho dúvida de que os "departamentos de marketing" estão fazendo mal à compreensão da nova essência do "gene" marketing na administração. Todos estão em marketing, esteja você em informática ou na produção. Departamentos de marketing não devem mais existir. Serviços de estudos, ativação (saudoso Raimar Richers), planejamento. Um estudo sociológico e psicológico de apoio às decisões de pesquisa dos cientistas de qualquer instituição pública ou privada para desenvolvimento de produtos ou processos é marketing e do bom. Os melhores pesquisadores, engenheiros, geneticistas e profissionais das ciências exatas, humanas ou biológicas que conheci na minha vida sempre revelaram dentro de si esse talento para a mente e os corações humanos, o mercado, com ou sem fins lucrativos.

Talvez hoje, um dos maiores males para o valor estimativo do profissional de administração com especialização no mercado e nas pessoas, junto à população, seja o tenebroso MARKETING POLÍTICO. Esse sim, carente e necessitado de um belo código de ética, auto-regulamentação e um CONAR dedicado. E a razão é simples: enquanto não conseguirmos operar efetivamente alterações no código genético dos candidatos (mudá-los de verdade como produtos) continuar apresentá-los como salvadores da pátria, heróis, resolvedores dos dramas do planeta e sínteses evoluídas das involuídas democracias, as promessas de entrega não serão cumpridas e o show espetacular de falta de ética no céu da pátria vai continuar a brilhar. Seria como nos anos 60, apresentando o automóvel Maverick como carro econômico e da família, ou a Romizetta como exemplo de transporte seguro para todos!

"Marqueteiro" é a mãe, como o amigo e profissional de marketing Nivaldo Carlucci me inspirou a escrever. Profissionais de administração com especialização em marketing são profissionais e indispensáveis na saga da evolução humana.

quinta-feira, junho 29, 2006

Foco no Cliente: Estratégia de Fidelização


Cristina Moutella
MBA em e-Business. Profissional de Marketing, Comunicação e Projetos Web.


A estratégia de fidelização de clientes não pode estar calcada apenas em "programas de fidelidade". Iniciativas de marketing, muitas vezes, são esforços isolados de fidelização, o que não é suficiente. Antes de mais nada, toda a empresa deve estar preparada para garantir os produtos, os serviços e o atendimento em todos os canais de comunicação. Isso é fidelização estratégica: o esforço de habilitar toda a empresa para reter seus clientes ao longo do tempo. Os programas de fidelidade são ações de fidelização tática, visando incrementar o valor dos negócios proporcionados por cada cliente, direcionando os esforços para os segmentos mais importantes da carteira de clientes.

A fidelização deve ser um compromisso de toda a empresa. Promover o relacionamento com seus clientes deve fazer parte de sua cultura e de sua missão. Reter e fidelizar clientes deve ser encarado como fator de sobrevivência.
Fidelizar não é gerenciar produtos, mas clientes. Empresas que, em todos os níveis, não estão preparadas para o relacionamento com seus clientes, os vê como adversários. Sem domínio da situação, desconfiam dos clientes e geram desentendimentos.
Por que isso ocorre?

§ os funcionários não têm acesso às informações
§ os funcionários não possuem autonomia para tomar decisões que resolvam os problemas dos clientes
§ os funcionários não são motivados a tomar decisões em favor do cliente
§ não existe um ambiente propício para a colaboração do cliente
§ não há comprometimento dos funcionários no relacionamento com os clientes
§ não há interesse dos funcionários na satisfação dos clientes

Quantas vezes já não ouvimos respostas como "o senhor vai ter que ligar para um outro número", "não é com o nosso departamento", "infelizmente eu não posso fazer nada" ou "eu sou só o gerente"?
Se um funcionário acredita ser "somente o gerente", então também vê o cliente como "somente um cliente". Essas situações parecem absurdas, mas a responsabilidade não é somente dos funcionários. Eles não foram treinados para ver o cliente como a garantia de seu salário no final do mês, muito menos para recebê-lo como influenciador direto da sobrevivência e do sucesso da empresa.

Mas os funcionários desejam fazer tudo direito e pensam que estão fazendo, já que assim foram estabelecidas suas regras (ou nenhuma regra) de relacionamento com os clientes. As empresas que receiam dar a seus funcionários autonomia de decisão, não têm confiança em sua capacidade de decidir com responsabilidade e ponderação. Mas é nos "momentos da verdade " (qualquer momento em que um funcionário de uma empresa entra em contato com um cliente) que o papel dos funcionários é de extremo valor. Eles precisam ser habilitados a agir em prol do cliente, precisam ser investidos de responsabilidade e autoridade para agir como se a empresa fosse deles. E isso só se consegue com treinamento.

Se uma empresa quer garantir a fidelidade de seus clientes, precisa valorizar e fidelizar seus clientes internos. Os funcionários devem estar totalmente conscientes, envolvidos e integrados com os valores da empresa e do cliente. Precisam ouvir seus clientes com atenção e respeito e ter autonomia e responsabilidade para falar em nome da empresa. Devem ser treinados para analisar situações de conflito e tomar decisões em favor dos clientes.
Segundo pesquisa da Forum Corporation, 14% dos clientes que deixam de freqüentar empresas de serviços o fazer por estarem insatisfeitos com a qualidade do que compraram, mas 2/3 se afastam porque consideram os atendentes de serviços indiferentes ou pouco dispostos a ajudar.
A inovação de uma empresa depende dos riscos assumidos por seus funcionários. Uma empresa em sintonia com seus clientes, ousa, inova e não tem medo de ser diferente.

Programas de capacitação e motivação de funcionários, principalmente aqueles que se relacionam diretamente com os clientes, são imprescindíveis para a fidelização. Quando um cliente entra em contato com um funcionário da empresa, sua percepção é de que está falando com a empresa e não com o funcionário. O cliente espera que o funcionário se comporte em nome da empresa, não como alguém que não é comprometido com o que faz.
Se toda a empresa não estiver empenhada em identificar e construir relacionamentos estratégicos, os funcionários também não se empenharão. Um time é fundamental para produzir resultados.

O foco da empresa deve ser a construção de relacionamentos, tendo como compromisso o incentivo ao trabalho em grupo e ao esforço do time. Em uma empresa, ninguém é uma ilha. Independentemente do tipo de serviço a ser prestado ao cliente, há sempre o envolvimento de mais de um setor da empresa. Para solucionar problemas de clientes freqüentemente estão envolvidos vários funcionários. O comprometimento deve ser de todos e o padrão de atendimento deve ser único. Se isso não ocorre, o cliente não percebe a empresa como digna de confiança. Sem confiança, está vulnerável às ações da concorrência.
Segundo Dennis Duffy, organizar internamente a empresa para focar o cliente não é um destino, mas uma viagem. E acrescento: um trabalho constante e permanente, de melhoria contínua.

quarta-feira, junho 28, 2006

Em busca do tempo perdido com inteligência competitiva

Alfredo Passos
Professor-Mestre dos cursos de Graduação, Férias e Pós-Graduação da ESPM. Sócio-Diretor da Knowledge Management Company e Coordenador do Capítulo Brasileiro da Society of Competitive Intelligence Professionals - SCIP, USA.

A abertura econômica e o fim da proteção às empresas brasileiras, a redução gradual dos impostos de importação, o aumento da concorrência das empresas estrangeiras e a privatização são fatos que modificaram a economia brasileira.Mas ainda há muito por fazer. Segundo síntese preparada por Carlos Arruda, Rafael Tello, Diogo Lara e Ana Luiza Lara (Equipe de Competitividade da Fundação Dom Cabral), baseada nos resultados do relatório de 2004/2005 e no sumário executivo elaborado por Augusto Lopez-Claros, economista do World Economic Forum , a trajetória do Brasil tem sido decadente nos últimos anos, passando da 45ª posição em 2002, para a 54 ª em 2003 e 57ª em 2004.
Os destaques gerais são o avanço da Noruega, que subiu 3 posições, e a volta do Japão ao topo da lista. Na Am érica Latina o destaque é o Chile: 22ª posição.

Os dez primeiros colocados no ranking do Índice de Crescimento Competitivo

País
2004
2003

-------------------------------------------------------------------------------------------
Finlândia



EUA



Suécia



Taiwan



Dinamarca



Noruega



Cingapura



Suíça



Japão

11º

Islândia
10º


---------------------------------------------------------------------------------------------
O pior resultado do Brasil com relação ao ano de 2003 é observado no índice “Tecnologia”. A perda de sete posições mostra a incapacidade do país em gerar, absorver e difundir novas tecnologias. O fator “Transferência de Tecnologia”, que mede a capacidade dos países abaixo da fronteira do conhecimento, apresentou a maior queda, quinze posições (2ª posição em 2003 e 17 a este ano), demonstrando como estamos inclusive perdendo capacidade de introduzir novas tecnologias no país.

Alguns analistas atribuem este fato à combinação câmbio desfavorável com altas taxas de juros, que está forçando as empresas a substituírem importações. As perdas em “Tecnologia” são preocupantes, especialmente porque é reconhecida sua capacidade como promotora de crescimento sustentado de longo prazo. Traduzindo em números, na década de 70, a Coréia do Sul e o Brasil depositavam o mesmo número de patentes nos EUA; hoje, a Coréia tem 40 vezes mais patentes que Brasil.

Outro exemplo é a IBM. A empresa gerou a maioria das patentes nos EUA em 2002, o décimo ano consecutivo na liderança mundial. A IBM deteve 3.288 patentes, quase o dobro do número alcançado pela segunda empresa mais produtiva. A IBM é a única empresa que deteve 3.000 patentes nos EUA em um só ano, ultrapassando o marco dos dois anos anteriores. Na década passada, os inventores da IBM receberam um recorde de 2.357 patentes.
Inteligência competitiva aplicada ao Brasil – Para que esta situação possa se modificar e termos um Brasil mais competitivo, é hora de utilizarmos um programa muito utilizado pelos países campeões: inteligência competitiva. Em resumo, inteligência competitiva é um programa sistemático e ético de coletar e analisar informações sobre as atividades dos concorrentes e as tendências gerais de negócios para atingir os objetivos corporativos de uma empresa. Mas, perfeitamente aplicável aos objetivos de um país.

Se alguém tiver dúvida sobre os resultados ou que país faz inteligência competitiva na prática, apenas um exemplo: China. Há cerca de dez anos assisti a uma apresentação de colegas chineses que diariamente fazem o trabalho de acompanhar produtos e serviços pelo mundo afora e ver onde seu país pode ser mais competitivo. Se ainda tiver dúvida, acredite na recomendação de Tom Peters: “não tente competir em preço com a Wal-Mart nem em custo com a China”.

Por isso, vamos inovar Brasil.

terça-feira, junho 27, 2006

Seu projeto de e-business vai funcionar?


Paulo Roberto Kendzerski
Diretor de Marketing da WBI Brasil; consultor em E-Business, especializado em Comércio Eletrônico; Prof. de e-commerce na Faculdade do Planalto (Passo Fundo/RS); especialista em Estratégias Digitais; palestrante.

Uma recente pesquisa divulgada pelo Gartner Group mostra um número alarmante:Apenas 10% das iniciativas de e-business já implantadas terão pleno êxito.Neste artigo, vamos discutir os motivos mais comuns de insucesso destes projetos, bem como avaliar alternativas para que seus projetos sejam um sucesso.A solução "ideal" de e-business é aquela que tenha integração total de pelo menos quatro departamentos da empresa:

- recursos humanos;
- comercial;
- marketing;
- logística;
- tecnologia.

Outro pré-requisito fundamental é que a equipe responsável pelo projeto tenha conhecimento em estratégias de negócios, muito mais que conhecimento técnico. Uma das maiores dificuldades na implantação de projetos de e-business é justamente o pouco ou nenhum envolvimento das áreas responsáveis pelo negócio da empresa.No início da Internet, a direção das empresas delegava totais poderes a área de TI para administrar, implantar e gerenciar projetos de e-business.Vários projetos consistentes em TI não obtiveram o esperado sucesso, pois não tinham nenhum diferencial no mercado que pretendiam atuar, ou seja, o principal fator de atração de clientes, fornecedores e parceiros não era oferecido nos WEBsites das empresas. A preocupação era total com aplicativos, sistemas operacionais e infraestrutura.Outro importante detalhe também esquecido na montagem dos projetos de e-business, foi a falta de serviços, benefícios e/ou vantagens no WEBsite. O principal fator de atração, principalmente de novos clientes, é a oferta de serviços personalizados e interação através do WEBsite.

Aos clientes antigos, estratégias de fidelização deveriam ser prioridades na elaboração destes projetos.Para culminar, a falta de uma Estratégia Digital para divulgar o projeto de e-business no seu mercado, é considerado o ponto mais crítico e o que menos atenção tem despertado junto aos responsáveis pelas empresas que desenvolveram seus projetos de e-business.Por estes motivos, a mortalidade de projetos de e-business tem sido extremamente elevada.Acreditamos que a partir da 3a geração do e-business estes projetos serão bem mais elaborados e a preocupação com serviços, interação e estratégias digitais serão considerados essencias no sucesso destes projetos.

segunda-feira, junho 26, 2006

Marketing e o empresário marketeer

Rogério Tobias
Administrador e mestrando em Marketing, professor dos cursos MBA do Ibmec e pós-graduação e graduação em Marketing e palestrante.


Montar a sua empresa já era um sonho realizado. A sede própria já estava garantida. Aquele segmento de mercadoera realmente promissor tinha efetuado um competente admissão de seu pessoal e conhecia profundamente do negócio no qual havia investido. Os primeiros resultados foram animadores e ele até já pensava em fazer novos investimentos. Mas aquela entrevista assistida na televisão na noite anterior lhe deixara intrigado. Aquele profissional insistira demais na necessidade do empresário ter maior preocupação com o marketing e dedicar a maior parte do seu tempo nesta atividade, de olhar para a sua empresa através dos olhos dos clientes e de se comportar não como um empresário comum, mas como um marketeer. Marketeer? Pensou ele.
Dirigia seu carro com destino a empresa, o trânsito congestionado, então ele aproveitou para ir relembrando o conteúdo da entrevista e associar tudo o que foi dito à realidade da sua empresa.

O entrevistado afirmara que existe uma tendência de nivelamento de produtos e serviços oferecidos pelas empresas aos seus clientes e que qualidade, formas e pagamento e até atendimento já são questões "sine qua nom" na mente dos clientes. Que estes já partem do pressuposto que vão encontrar tudo isso na hora de ir às compras. Esses aspectos não são mais diferencial. Olhou para fora do carro e balançou a cabeça em sinal positivo, pois, acabara de passar por três lojas concorrentes que têm excelentes produtos, ótimos serviços, tudo muito parecido um com o outro. O cliente não faz mais distinção! O que fazer para criar a diferenciação? Perguntou a si mesmo.

Quando o sinal abriu, ele lembrou que o entrevistado dissera também que a antiga figura do vendedor precisa mudar rapidamente em muitas empresas pois não há mais espaço para o tradicional tirador de pedidos, aquele profissional que após fechada a venda vira as costas para o cliente e já parte para a captura de um novo, sem a percepção final da satisfação do mesmo. Refletiu que o profissional de vendas atual precisa ser um solucionador de problemas dos clientes, um apoio confiável na hora de sanar as suas dúvidas e um facilitador da realização dos seus desejos e anseios. Na verdade todos da empresa precisam estar voltados para a melhoria desse relacionamento. Muita gente costuma funcionar nas empresas com " espantalhos de clientes", dificultando ou não dando importância para coisas que para os clientes são fundamentais.

Entrou em sua sala no mesmo momento em que compreendeu melhor o que o entrevistado falava sobre a necessidade constante de inovação. Sua empresa, naquele momento, não tinha nada de diferente da concorrência para oferecer aos seus clientes. Nem mesmo um atendimento excepcional, algo acima do tradicional, do já esperado pelos clientes? Esses pensamentos foram interrompidos pelo telefone. Estava sendo chamado na contabilidade. Lembrou que depois teria que passar lá no pessoal de informática e ver aquele software. Passou pela área de compras e alguém lhe prendeu ali por 15 minutos.
Eram muitos assuntos! Percebeu que muitos deles não tinham ligação nenhuma com a melhoria do relacionamento e oferecimento de serviços ao cliente. Sentiu um mal estar, uma espécie de dissonânica cognitiva, uma necessidade de mudar.

Naquele instante decidiu rever os rumos da empresa. Se ela já tinha tendências em utilizar as ferramentas do marketing, agora o marketing iria ser a sua referência principal, o seu maior investimento de tempo e esforço. Resolvera colocar o cliente no ponto mais alto do organograma. Pensando assim, delegou a solução de alguns problemas internos, dirigiu-se para o ponto de venda e foi verificar pessoalmente que tipo de tratamento os seus clientes estão recebendo. Logo viu que muito precisa ser feito para manter o padrão atual e principalmente para criar estratégias diferenciais da concorrência. Foi nesse momento que se percebeu o que aquele entrevistado quis dizer com o termo Empresário Marketeer.

A partir daquele dia seria um deles. Seria um profissional que dirige uma empresa que deve estar totalmente voltada para o cliente, e cuja filosofia e ações são embasadas numa visão clara de marketing. Resolveu agir rápido, ligou para a emissora, pediu cópia da fita e no dia seguinte exibiu-a para todos da sua equipe, buscando o envolvimento de todos.

sexta-feira, junho 23, 2006

Marketing e o potencial da equipe de vendas


Rogério Tobias
Administrador e mestrando em Marketing, professor dos cursos MBA do Ibmec e pós-graduação e graduação em Marketing e palestrante

As equipes de vendas precisam estar constantemente se aperfeiçoando, repensando e redirecionando suas ações. É uma responsabilidade da empresa, dos gerentes de vendas e também dos próprios profissionais. As pessoas individualmente possuem diferentes aptidões que se devidamente potencializadas podem ser fundamentais para os resultados da organização. Como transformar uma equipe comum em uma equipe vencedora, que não aceite as limitações naturais a qualquer negócio?
Equipes eficazes, sinergéticas e automotivas só são conseguidas quando são vencidos os obstáculos organizacionais relacionados à cultura, estrutura da empresa, relacionamento interno, falta de treinamento e capacitação, desequilíbrio no sistema de valorização e recompensa por resultados.
Elas se tornam melhores quando deixam de ser um grupo e se transformam verdadeiramente em equipes, onde é valorizado o pensamento criativo. Além disso a diversidade de visões não só é levada em consideração como é incentivada. Cultiva-se fortemente a cooperação e a confiança nas pessoas, e os problemas de relacionamento são encarados naturalmente e de frente, digeridos pelo próprio grupo.
Para potencializar uma equipe de vendas, independentemente do segmento, torna-se então questão sine qua non a aplicação de Teamwork, que é o trabalho totalmente estruturado e voltado para obtenção de resultados através do esforço do grupo.
Vendas são possíveis através da existência de investimento em equipes eficientes, capazes de assumirem riscos e abraçar corajosamente tarefas desafiantes, levando-as a cabo e vibrando por isso. Equipes assim possuem um forte ônus vital. Seus componentes exalam energia, sentem satisfação por cada um dos resultados alcançados e, constantemente discutem ações para vencer as dificuldades e evitar resultados não desejados. São eternos insatisfeitos com os resultados atuais, que servem além de tudo como patamar para o atingimento de desafios ainda maiores.
Cabe ao gerente, ou líder por sua vez, produzir e manter um constante equilíbrio entre as necessidades individuais de cada componente, sua dinâmica e os objetivos empresarias. Ele precisa assumir o papel definitivo de coordenador do processo de desenvolvimento e esquecer para sempre a conhecida e antiga função de controlador das pessoas.
Uma equipe sinergética e que alcance resultados elevados precisa ter uma clara visão dos objetivos e estratégias empresariais, de preferência tendo participação na sua definição ou ajustamento, estando sempre à par dos destinos da empresa, pois somente assim ela saberá porque e para onde está caminhando.
Ter uma equipe de vendas eficiente e eficaz é um grande desafio aos gestores das empresas, pois essa atividade exige principalmente um investimento de tempo e só alcançará sucesso se a mesma puder contar com profissionais com perfil adequado. Elas precisam ter pessoas que sintam prazer em serem desafiadas, saibam trabalhar em conjunto, tenham facilidade de assimilar mudanças, saibam conviver com a possibilidade de erro, seu e dos outros, procure constantemente o autodesenvolvimento, e possuam forte auto-estima e ônus vital. Invista o seu tempo na equipe de vendas. Ela pode lhe surpreender.

quinta-feira, junho 22, 2006

Sete técnicas de marketing viral


Por Renato Fridschtein
autor do ebook 'Dominando sites de busca' e vários outros artigos e ebooks sobre marketing e negócios na internet.


Se você ainda não sabe o que é marketing viral, não se preocupe. Não é nenhuma febre de diretor de criação, é apenas o nome que se dá a uma técnica que existe há muito tempo, bem antes da Internet, só que com outro nome: marketing boca a boca.
Você sabe: ao tratar bem um cliente ele vai dizer a outras pessoas, atraindo novos negócios. Por outro lado, se o cliente é mal tratado ele não só deixa de comprar de você como vai falar mal de sua empresa e seus negócios vão diminuir.
No mundo dos tijolos é assim e como será na internet? A mesma coisa, mas com um potencial de multiplicação muito maior.
De forma simplificada, marketing viral é qualquer estratégia que encoraja indivíduos a passar adiante sua mensagem de marketing (seu argumento de venda), criando uma oportunidade de crescimento exponencial da exposição e influência desta mensagem.
Como um vírus, esta estratégia usa o rápido crescimento para uma explosão de milhares ou milhões de leitores.
Hoje você verá sete técnicas de marketing viral que servirão para atrair mais visitas e, principalmente, promover o retorno de seus visitantes.

1. Assinatura de email
A primeira técnica é muita conhecida. Assinaturas de email são três ou quatro linhas que você coloca em todas as mensagens de email. Assim toda mensagem que você envia leva seu nome e endereço para os leitores.
Se a informação que você veicula interessar a outras pessoas além do leitor direto, incentive-o a encaminha-la, multiplicando os leitores e espalhando sua assinatura.
Saiba mais sobre esta técnica e aprenda a configurar seu programa de email para que seja automático leia o artigo "Descubra como um site conquistou dez milhões de usuários em um ano e meio de existência sem gastar praticamente nada"
E o exemplo clássico continua sendo o Hotmail, um dos primeiros serviços a oferecer email gratuito via web:
O site dá emails gratuitos,
Uma única linha dizendo "Tenha seu email grátis http://www.hotmail.com/" é anexada ao final da mensagem,
Os internautas usam o email em sua rede de amigos e colegas espalhando a mensagem,
Os amigos e colegas recebem a mensagem e também assinam o serviço,
Os novos usuários usam o serviço, espalhando ainda mais a mensagem.

2. Grátis eu gosto
Dá pra encontrar de tudo gratuito na Internet, não é? Por que será? Será por que as pessoas adoram coisas grátis? Com certeza.
A verdade é que nos adoramos não pagar por algum benefício. Aproveite esta faceta humana e ofereça algo gratuito em seu site, alguma coisa que sirva para espalhar seu endereço e trazer novos visitantes ao site, faça.
A idéia é dar para vender: uma amostra do produto, uma versão reduzida, trinta dias de experiência, um mini curso com informações de pré-venda, você escolhe.
O importante é que seja relacionado ao seu produto e que tenha valor real para o internauta, passando ou reforçando sua mensagem de venda e permitindo que o visitante retorne ao site para comprar ou pelo menos, para obter mais informações.

3. Webcards
Minha mãe adora mandar webcards. São aqueles cartões postais digitais que a gente recebe de vez em quando.
Você lembra como funciona:
O remetente visita o seu site e envia o cartão,
O destinatário recebe apenas um email dizendo que 'fulano@qualquercoisa.com acaba de mandar um web card' e ele deve visitar a página para ver o cartão,
Ele visita a página e responde ou manda para outra pessoa, aumentando a exposição.
É assim que o vírus se espalha, percebe?

4. Ezine
Um ezine é um informativo na forma de email que você recebe de tempos em tempos. O MEiO no Email ou o Webinsider são exemplos e se você ainda não tem, está na hora de pensar nisto.
A questão aqui é publicar artigos que realmente interessem seus visitantes e incentiva-los a encaminhar a mensagem para quantas pessoas quiser.
Eu gosto de dizer: "Se você gostou, envie para um amigo, se não gostou, envie para um inimigo". :-) Brincadeiras à parte, o que importa é ser criativo e ficar concentrado em seu nicho de mercado.

5. Mensagens instantâneas
Um dos maiores sucessos da internet é o ICQ, um programa que permite saber quando algum conhecido está conectado à internet e enviar mensagens para ele que as recebe na mesma hora e responde.
Acontece que para usar o ICQ, ambos os lados têm que ter o programa em seu computador e é está a beleza do negócio: qualquer pessoa que goste do ICQ vai insistir com você que também use. Daí você tem que ir ao site, baixar o programa e se cadastrar no serviço, que é gratuito.
A partir daí ele vai estar lá com você em cada navegação. Com você e mais ou menos 80 milhões de pessoas no mundo todo.

6. Se você gostou deste site, recomende
Você já deve ter visto esta mensagem em alguma página. Um simples script que permite que o visitante que gostou do site envie facilmente uma mensagem para seus amigos.
Há vários sites que oferecem scripts gratuitos. Uma opção brasileira é o http://www.recomenda.com.br/. É bem fácil de colocar em sua página.

7. Tenha um exército de vendedores
Imagine milhares de sites com banners apontando para seu endereço. Imagine só pagar quando uma venda acontecer!
Foi isto que o http://www.amazon.com/ fez para se tornar um dos fenômenos da rede mundial. Oferecendo comissão pelas vendas de livros, webmasters do mundo todo aderiram a seu programa e o tornaram a maior livraria do mundo, sem uma loja sequer.

Estas idéias são só o começo e o céu é o limite. Como eu disse, seja criativo oferecendo valor para seus visitantes.
Pense em pelo menos três outras formas de espalhar sua mensagem de forma exponencial (esqueça o SPAM) e ponha em prática, mesmo que pareça maluca. Sem testar, você nunca vai saber.

quarta-feira, junho 21, 2006

O Coração Compra


Sidney Coldibelli
Presidente da Inteligência de Marketing Ltda

Quero apresentar a vocês um conceito que ninguém vêm observando no marketing e, com o crescente avanço das técnicas de marketing de relacionamento, pode se tornar um fator determinante de sucesso. Muito tem se falado sobre fidelização de clientes e muitas ferramentas têm sido desenvolvidas para melhorar o relacionamento com eles, mas fundamentalmente temos que nos ater a este conceito se quisermos que a fidelização do mesmo seja consolidada.
Conhecemos o "mind share" (parcela de memória) que é o quanto o poder de uma marca está cravada na cabeça de cada um dos possíveis clientes, ou clientes, de uma empresa. Este "mind share" deve ser conseguido com os investimentos necessários em propaganda para que a maioria dos potenciais compradores não apenas nos conheçam, mas tenham uma idéia bem definida de nossa empresa e nosso propósito. É muito comum, no mercado industrial principalmente, fazer propaganda para vender. Isto é complicado, na medida que a volatilidade da memória humana é muito alta e, gravar no cérebro das pessoas nossa proposta é muito difícil quando não conseguimos vender a ele um benefício concreto.
Além disso, quando você anuncia "Facas para cortar pão" em um mercado que existem muitos outros fabricantes que fazem o mesmo, você é mais um e, se a pessoa não tem necessidade de comprar uma "faca para cortar pão" no momento, não se lembrará no futuro quando esta necessidade aparecer. Mas se você anuncia "As únicas facas para cortar pão que não deixam farelo" o benefício fica claro e as diferenças começam a aparecer. Como você tem este diferencial (e, claro, ele seja um benefício que o comprador valorize), você não começa negociando por baixo, ou seja, pelo preço, pois este diferencial começa a oferecer uma vantagem competitiva sobre os seus concorrentes.
Uma vez que você vende inúmeras "facas para cortar pão", aparece aí o segundo conceito de marketing que queremos mostrar: O "Marketing Share". Este é traduzido pela sua real participação de mercado conseguida, ou seja, de cada 100 "facas de cortar pão" vendidas, 25 são suas. Então você tem 25 % de "marketing share". Para atingir esta participação, não adianta apenas anunciar. É preciso disponibilizar, da melhor forma possível, sua faca para seu cliente. Isto que dizer canais de distribuição, ou equipe de vendas bem azeitadas de forma a conseguir fechar a venda que foi iniciada pela propaganda.
Agora sim, vamos ao terceiro conceito. O "HEARTH SHARE" que poderíamos traduzir como "parcela do coração". Depois que as pessoas compram sua "faca de cortar pão" elas irão experimentar esta maravilha e se surpreender ou se decepcionar. No primeiro caso, o da experiência positiva, cria-se um elo de simpatia entre a empresa e o comprador que, a cada utilização do produto se reforçará. Até que um dia ele, por algum motivo, precise de uma assistência técnica. É hora de uma nova experiência que pode ser boa ou ruim. E novamente o cliente se surpreende ou se decepciona. E a cada contato com sua empresa, o comprador vai "colecionando figurinhas" boas e ruins e formando um "album de opiniões" que, no final, irão criar, ou fortalecer, ou sedimentar laços afetivos com seu produto, marca ou empresa.
E aí, não importa o tipo de produto envolvido na transação. Todos obedecem a mesma seqüência, em maior ou menor grau.
Por isso, fazer marketing de relacionamento, não significa apenas mandar cartão de aniversário ou de natal e, tampouco, saber para que time o cliente torce ou seu perfume preferido.
Significa estabelecer relações profundas com o cliente em todos os graus, mesmo aquelas que você não pode controlar, como quando o cliente está usando o produto.
Se sua empresa está em busca disso, mas se não está trate de pensar nisto urgente.

terça-feira, junho 20, 2006

Transformações significativas no ambiente de vendas e marketing


Cláudio Goldberg
CONSULTOR DO INSTITUTO MVC – M. VIANNA COSTACURTA ESTRATÉGIA E HUMANISMO

Neste século XXI avistamos dramáticas mudanças ocorrendo no mundo dos negócios. Os líderes de mercado devem capitalizar o potencial da Tecnologia da Informação antecipando as mudanças no comportamento de compra e criando novos modelos de venda para sobreviver e obter crescimento de vendas . Todavia esses rápidos avanços tecnológicos produzem riscos e oportunidades que abrangem questões estratégicas de planejamento, fundamentais para o resultado positivo de suas metas e objetivo , tais como :
Planejamento e alocação de recursos
Administração de vendas e canais de distribuição
Expansão e desenvolvimento de produtos x mercados
Compreensão do comportamento do consumidor
Administração dos parceiros de negócio e a integração da cadeia de suprimentos (Supply chain )
Consolidação das Vendas e o Marketing Mix
Ampliação dos incentivos e controles de performance
Vamos pois , examinar criteriosamente cada um dos pontos levantados acima:
É de conhecimento geral , que a comoditização de produtos , o E- commerce e a presença de novos competidores estão pressionando as margens de contribuição, forçando as organizações a reduzirem vendas e orçamentos de marketing . Como resultado , as empresas terão de ser inovadoras o suficiente para poder crescer com menos, exigindo maior precisão nos investimentos ;
A estratégia de uso de múltiplos canais vem sendo adotada pela maioria das organizações líderes no mercado . São sistemas híbridos combinando múltiplos pontos de interação como vendas em campo , call center , web e outros . Vale notar que a integração e o fluxo das informações é fundamental para que se possa avaliar em tempo real que produtos vai entregar e preços praticar através das diversas rotas de mercado ;
A introdução de novos produtos e serviços obedecerá a lógica da abordagem econômica de customização de massa, tanto para consumidores individuais ,quanto canais e parceiros . Adicionalmente a tendência será ampliar a participação no cliente(Share of Customer), buscando novos mercados (alguns ficam obsoletos );
O ambiente de negócios irá consolidar a visão de que o consumidor tem uma expectativa baseada nas necessidades de conveniência, comodidade e personalização do atendimento ,com foco no desenvolvimento do relacionamento ;
Administrar todos os componentes que integram a cadeia de valor de qualquer empresa e segmento de atuação exigirá muita organização, pois certamente vão ocorrer conflitos entre empresas, parceiros e canais a respeito do controle da marca,relacionamento com os clientes, prospects e acesso ao mercado;
Redefinir a Marca , preços e estratégias de Marketing Direto serão políticas mandatárias dentro das empresas, que necessitarão capitalizar o poder da nova interatividade , database e comunicação ;
Processar os controles de performance deverá ser realizado por meio da implementação de soluções "end to end ", E-care e suporte on line .

É fácil, diante dos elementos supra citados , pensar nas claras conseqüências no ambiente de negócios que se processarão dentro deste cenário de constantes mudanças em velocidades nunca imaginadas :
Com a introdução de novas tecnologias e disseminação do uso da internet , as empresas tenderão a sofrer perda de clientes por meio de uma menor intermediação ;
Em razão da comoditização dos produtos e serviços e das alterações na relação de oferta x demanda , a formação dinâmica dos preços irá produzir a erosão das margens de contribuição e forçar a busca de redução de custo ;
A diminuição do Brand Equity nos novos canais de venda e modelos de negócios.
Por fim , como resultado deste panorama , pode assumir quais os riscos que as organizações correrão : Fracasso se nada fizer ; Fracasso se fizer a coisa errada ; Fracasso se fizer a coisa certa, porém muito tarde .

segunda-feira, junho 19, 2006

Maior engano do profissional de Marketing


Marco Bechara

Ser profissional de Marketing é trabalhar no gerúndio. E significa estabelecer relações de “gestão e monitoramento de variáveis”, acrescidas da “atuação em 3 universos” específicos, porém correlacionados. Vamos decifrar a afirmação anterior:
1. O profissional de Marketing deve gerenciar as variáveis controláveis, identificando os pontos forte e pontos fracos de cada variável. Essas variáveis são produzidas dentro da organização, a fim de interagir no mercado. Ou seja, essas variáveis são produzidas “para o mercado” e “pelo mercado” – é uma relação dialética (união de contrários – dentro para fora e fora para dentro). Essas variáveis controláveis, também identificadas como composto de mercado, composto mercadológico ou ainda teoria dos 4 P’s, representam: Produto – Preço – Praça (Ponto de venda / logística / Distribuição) – Promotion (comunicação e relacionamento);

2. O profissional de Marketing deve monitorar, em tempo real, as variáveis não controláveis, a fim de identificar quais as ameaças e quais as oportunidades de cada variável. Essas variáveis não controláveis são: Concorrentes, Percepção de consumo e troca, Fatores ambientais.

3. No mercado, a atuação do profissional, em qualquer setor econômico será em 3 universos: Suspects, Prospects, Clients. Ou seja, Identificar Suspects (“pessoas” suspeitas de comprar o nosso produto/ Serviço), a fim de iniciar relacionamento, filtrar e Conquistar Prospects (‘pessoas” com perspectivas de comprar o nosso produto / serviço) e transformá-los em Clients (“pessoas” que efetivamente compraram o nosso produto / serviço), que devem receber atenção especial de Manutenção do encantamento, produzido na venda. Esse trabalho de Marketing é permanente, interativo e deve assumir a postura humilde de compreensão que “tudo muda o tempo todo no mundo”. Em outras palavras, o “hoje” é diferente do “ontem” que certamente será diferente do “amanhã”. É isso que caracteriza o gerúndio (ING) no trabalho do profissional de Market (mercado) + ing (ação exercida / movimento permanente). Todo o trabalho de elaboração de “estratégias” (caminhos escolhidos para se chegar nos objetivos), contém 2 palavras: RISCO e HIPÓTESE. Ou seja, quando o profissional de Marketing elabora e operacionaliza uma estratégia, existe o risco dela (a estratégia) ter partido de pressupostos falsos e/ou que se modificaram da noite para o dia. E isso o conduzirá a estabelecer uma hipótese errada! Logo, o profissional de Marketing deve estar atento a análise e interpretação dos ambientes interno (estrutura da organização + 4 P’s) e do ambiente externo (Concorrentes, Percepção de consumo e de troca, Fatores Ambientais). E cabe lembrar que o profissional da empresa que “vive no mercado” interagindo com concorrentes, com percepções de consumo e de troca, com os Fatores ambientais é o VENDEDOR. É isso mesmo. O VENDEDOR é o profissional, de qualquer organização, que mais interage, sofre, modifica, perpetua, consolida e atua com as variáveis não controláveis (Concorrentes, Percepção de consumo e de troca, Fatores ambientais). Portanto, meu prezado profissional de Marketing, SEMPRE respeite a opinião, ouça diariamente a sua EQUIPE DE VENDAS.
Caso você não entenda a importância em monitorar, em tempo real, essas variáveis não controláveis, você Não entenderá o porque de valorizar o diálogo permanente com a sua equipe de vendas. E aí você cometerá o MAIOR ENGANO DO PROFISSIONAL DE MARKETING – “Achar que sabe” o que acontece no mercado! E essa sua percepção enganosa lhe proporcionará a petulância de elaborar estratégias de Marketing sem ouvir os vendedores! OK? Não seja petulante, orgulhoso e “metido a sabe tudo”! Você não terá sucesso, dessa forma, em seu trabalho de Marketing. Seja humilde em ouvir permanentemente os seus vendedores, pois são eles é que mais se aproximam da realidade de mercado de qualquer organização.

Crie métodos e motive a sua equipe de vendas para “falar” sobre o que está acontecendo (ING= gerúndio) no mercado. Espero que você tenha compreendido e pratique essa “humildade”, evitando o MAIOR ENGANO DO PROFISSIONAL DE MARKETING.

quarta-feira, junho 14, 2006

CRM é Marketing. E Marketing é sobre seres humanos


Daniel Domeneghetti
Diretor de estratégia e conhecimento da E-Consulting Corp.

Se marketing é sobre mercados e mercados são pessoas então, para se fazer marketing eficiente, precisa-se entender de pessoas. Não de consumidores puramente, mas de pessoas, em todas as suas dimensões. Clemente Nóbrega fala disso e chama isso de Antropomarketing. Concordo!Inversamente, quanto mais evoluímos em tecnologia, quanto mais as temos à disposição, mais temos de nos voltar às nossas origens, mais temos de nos entender, de estudar Biologia, Antropologia, Sociologia e Psicologia para podermos fazer marketing bem feito, ou seja, posicionar, cativar, vender, perpetuar.Marketing eficiente é marketing que entende de passado! De volta ao passado, às origens do DNA.CRM é Marketing. Marketing de Relacionamento, 1a1. Marketing para seres humanos. Não pode haver discussão sobre isso.CRM é sobre mercados de 1 só, de alguns, de pares. É sobre perfis, tribos e comunidades.O CRM não é um produto ou serviço. É uma filosofia de marketing que transforma uma empresa em client-oriented (ou seja, a evolução da empresa marketing-oriented para one-to-one marketing-oriented). Como ferramenta, capacita a empresa a desenvolver seu conhecimento sobre clientes (atuais, potenciais, etc), principalmente, quando atrelado a práticas como knowledge management (KM) e business intelligence (BI).CRM é sobre fazer os clientes (seres humanos) interagirem com marcas. Portanto, CRM são momentos da verdade, são todos os pontos de identificação do cliente com a empresa. E também sobre como gerenciar cada um desses momentos para surpreender positivamente cada cliente, entregando valor.Acima de tudo, entendo que fazer CRM é proporcionar experiências aos clientes. Se diferenciar. Tem que ser, porque diferenciação – ato de assumir uma posição singular na mente/coração/vida do outro - é tudo que se pode querer para continuar evoluindo, sobrevivendo. Evolução corporativa, como na evolução das espécies.Uma empresa, para sobreviver, precisa de clientes. É assim que manifesta sua perpetuação. Quando o mercado a compra, compra seus valores, seu propósito, alimenta sua missão... dá-lhe o direito de existir, de poder perpetuar seu DNA (sua cultura organizacional), de continuar. CRM é, em suma, sobrevivência corporativa.Quanto às marcas, sustentáculos mor do marketing, objetos de transação do CRM, essas devem representar o espírito de singularidade das empresas, a aglutinação de tudo que elas significam (cultura, valores, foco, etc).Com a revolução da informação, tudo será cada vez mais explícito, ou seja, REPUTAÇÃO será o nome do jogo na sobrevivência empresarial. Fazer CRM será, portanto, ser capaz de gerar reputação, a partir da interação das marcas com os clientes, com as comunidades. CRM será um instrumento da reputação corporativa.Nós da E-Consulting acreditamos no caminho do envolvimento interativo da marca com o cliente. Isso significa estar na memória, no coração, no estômago e/ou no desejo dele. E/ou!Isso quer dizer proporcionar experiências únicas racionais, emocionais, instintivas e/ou sexuais nele. Significa trocar emoções, impressões, transferir valor, trazer sentido ao seu dia-a-dia (encaixando-se adequadamente, permitindo que o cliente a associe-a a boas lembranças, a experiências positivas).Para fazer CRM de verdade, precisa-se portanto entender de gente. Mais, precisa-se gostar de gente.

terça-feira, junho 13, 2006

Marketing de cliente: da retórica à prática


Leonardo Pallotta
gerente de marketing da Direct Talk

A resposta atenciosa, rápida e eficiente às reivindicações de cada cliente é o atalho mais curto à lucratividade. Ouvir, acatar e antecipar-se às solicitações dele traz como dividendo a satisfação, a retenção, a fidelidade à marca e também ganhos de produtividade. No livro intitulado "The Loyalty Effect", o autor Frederick F. Reicheled, da Bain and Company, releva que a cada 5% de retenção, calculados sobre a base de clientes, a produtividade aumenta em mais de 20%, o que, dependendo da natureza do negócio, pode gerar lucros adicionais entre 50 e 100%.Porém, a forma de chegar lá é evoluir da retórica para a prática e aplicar o conceito de CCS (Customer Centered Service, ou Serviço Centrado no Cliente). Em outras palavras, a saída é desenhar o serviço rigorosamente de acordo com os interesses do cliente, e não de maneira, tão-somente, a reduzir custos e obter ganhos de produtividade e escala - práticas comuns, mesmo nas empresas que se dizem "focadas no cliente".Bem lembrado, há clientes e clientes. A diversidade de perfis não se manifesta, apenas, na marca de sabonete que as pessoas escolhem, na gôndola do supermercado ou em qualquer outro lugar. Nos consumidores, ela é evidente, também, quando se trata de eleger o meio de comunicação para apresentar à dona de determinado produto ou serviço dúvidas, reclamações e, eventualmente, elogios. Setenta por cento das pessoas, apontam as pesquisas, preferem o telefone a qualquer outro meio de contato. Mas outras 30% recorrem a qualquer um, menos o telefone. Por exemplo? E-mail e chat on-line, paixões do consumidor altamente exigente e dos mais lucrativos. Minoria, ele merece, contudo, atenção especial.Se é assim (e é), desenhar serviços conforme os interesses dos clientes significa apresentar no cardápio todas as opções em termos de canal de comunicação. Mas não é apenas isso. O conceito de CCS pressupõe integração total desses canais, de modo que o cliente, ao mudar de um para outro, não seja forçado a recontar a mesma história.Outro aspecto fundamental é que existem diversos "pontos de contato" entre o cliente e a organização e a percepção quanto a qualidade do atendimento é afetada em cada um desses contatos. O call center - é bom lembrar - não é e nem jamais será a única caixa de ressonância do mercado. Nesse sentido, também é importante integrar cada um dos canais de atendimento aos sistemas de retaguarda, de tal maneira que todos esses contatos sejam capturados e o cliente atendido de forma consistente e eficaz. As organizações deveriam apontar um responsável pela identificação, desses pontos de contato, e a resolução de problemas do ponto de vista do cliente. Esse responsável deve tomar conhecimento de tudo aquilo que se passa em cada um dos departamentos e setores da corporação de cujo desempenho dependa o bom atendimento aos consumidores: produção, estoque, faturamento, distribuição, pontos-de-venda etc. A expressão no olhar da pessoa que entra numa loja para comprar um televisor e é bem (ou mal) atendida, pode dizer muito mais do que todos os diálogos por telefone. Muitas solicitações chegam sem passar sequer por um dos canais que compõem o ambiente do call/contact center.A caminho da realização do CCS, as empresas se deparam, porém, com três desafios, que precisam ser vencidos, antes de qualquer investimento em marketing de relacionamento com clientes. Primeiro, para os consumidores, nunca foi tão fácil trocar de fornecedor. Segundo, a expectativa deles muda rápida e constantemente. Terceiro, as informações acerca dos clientes, na maioria das vezes, encontra-se dispersa em vários sistemas. Calcula-se que, hoje, mais de metade das informações estratégicas - inclusive as que se referem a clientes - estão em textos de e-mail, confinadas às caixas de entrada dos colaboradores, empresa afora! Depois de superados esses obstáculos, é preciso atentar para o cumprimento dos cinco requisitos básicos do CCS, a saber:
1 - Fixação de metas de qualidade, que se devem pautar pela necessidade de alinhar a expectativa da empresa com a do cliente. Um bom indicador de qualidade é o que, com perdão da palavra, hoje chamam de "referenciabilidade" - o quão recomendado será um produto ou serviço pela pessoa que já o experimentou. Nesse ponto, entenda-se que, no pós-venda, qualidade é igual a produto mais serviço. As pesquisas, aliás, também revelam que o cliente insatisfeito costuma contar a experiência que teve para até dez pessoas. O cliente feliz, ao contrário, só se confessa satisfeito se lhe perguntam (talvez porque, até mesmo inconscientemente, ele sabe que, ao atendê-lo bem, o fornecedor não faz mais do que cumprir a obrigação).
2 - Alinhar os discursos, em escala corporativa. Todos têm de falar a mesma língua - da telefonista ao presidente, passando pelos meios de comunicação (fax, telefone, e-mail e chat on-line).
3 - Entender e entregar o serviço que o cliente necessita e quer. A única forma de fazer isso é investir em pesquisa de opinião.
4 - Medir, analisar e adaptar a experiência para melhorar e, principalmente, acompanhar a expectativa do cliente ao longo do tempo. E isso, considerando que o desejo muda ao longo do tempo, de novo, exige pesquisa de opinião e, mais ainda, que se atendam às reivindicações apuradas. Nada pior do que gerar expectativas e não responder a elas. Para isso, há que observar três fatores, no relacionamento com o cliente, nas fases de pré-venda, venda e pós-venda: prontidão na resolução do problema, efetividade; isto é, resolver de fato; personalização do atendimento.
5 - Usar as tecnologias disponíveis para atender aos princípios previamente estabelecidos. Lembre-se de que qualquer desvio significará frustração da empresa, por perda do investimento, e do cliente, precariamente atendido. Mas não há o que temer, quanto a isso. As soluções de última geração não contemplam apenas a arquitetura multicanal, servindo ao cliente os vários meios de comunicação para que escolha aquele com o qual ele melhor se identifica. Hoje, a tecnologia é que veste os conceitos - e não o contrário. E, sem sombra de dúvida, o conceito de Customer Centered Service lhe cai muito bem.

segunda-feira, junho 12, 2006

Diversificar ou focar?


Por Thiago Cabrino

Uma das questões que mais afetam as organizações, é a das decisões voltadas à diversificação ou não das suas atividades. Acompanhando diferentes casos em situações e ramos diversos, pude constatar que este processo é difícil, lento e muito meticuloso, por se tratar de uma modificação contundente. Muitas empresas não estão preparadas estruturalmente e muito menos financeiramente para gerar uma nova frente de trabalho.
A diversificação, seja ela unilateral ou multilateral, requer decisões extremamente fortes e centradas, e que seus representantes possuam total gabarito para sustentar uma nova situação e desta prosperar, sem “afundar” a primeira.
As decisões de diversificação, surgem por motivos múltiplos, podendo ser financeiros, estratégicos, de risco, de emergência ou de investimento, entre outros, mas de uma forma ou de outra, deverão ser realizadas de maneira planejada, pois a diversificação causa para muitos a perda de direcionamento e foco em seu campo de atuação, fazendo com que a primeira organização acabe por sustentar a segunda e por fim, ambas acabam por sucumbir e fechar.
Um exemplo bem claro, aconteceu junto a uma empresa no ramo de prestação de serviços que assessorávamos. Em seu campo de atuação a empresa possuía uma posição privilegiada, e seus administradores focavam todas as possíveis ações com a intenção de promover e alavancar. Esta tática foi dando certo, ao passo que sua expansão se deu de forma rápida e eficaz, dominando a cidade em que se situava e expandindo para outras, com um ótimo feedback.
Assim se sucedeu, até o ponto em que um de seus sócios resolveu diversificar. Com a expansão da empresa inicial e com a confiança da estabilidade financeira e econômica, resolveu investir em um produto de commodity, que possui em todo o mundo uma forte influência de cartéis que regulamentam e controlam o setor. A compra da nova empresa gerou um alto desprendimento financeiro, proveniente de um empréstimo requerido à primeira empresa. Com a aquisição, reformas foram realizadas e novos processos organizacionais foram surgindo.
Com o novo empreendimento, este sócio acabou se afastando da sua área inicial, sobre a qual detinha o conhecimento e o know how, dedicando-se à atual atividade. Nós, como assessoria, a todo momento o alertávamos dos possíveis problemas a serem originados por essa fase e que a diversidade do grupo deveria se dar de forma a atingir o seu segmento de atuação e não realizar uma mudança radical em campos diferentes. Infelizmente, obcecado pela empresa adquirida, o mesmo não nos deu ouvidos e continuou a investir em seu novo negócio.
Durante o primeiro ano, inúmeras dificuldades surgiram como esperado. Por se tratar de um segmento altamente controlado e influenciado por inúmeros outros representantes de grande força e poder, nosso cliente deparou-se com a necessidade de novamente diversificar dentro da sua nova organização. Porém, esta diversificação acarretou em mais investimentos que até então deveriam ser realizados pela primeira empresa, já que a segunda, ainda não estava com uma situação econômica estável, a ponto de assegurar melhorias e benefícios.
Assim se sucedeu, aportes e mais aportes de capital diante de todo tipo de dificuldade passada. Em meio a esta situação, resolvi esclarecer algumas dúvidas técnicas/profissionais junto ao meu professor de marketing, em meu MBA, busquei aclarar certas nuanças mercadológicas e principalmente discutir o caso em questão, para saber se o que inicialmente havíamos conversado com o cliente estava certo, e em um âmbito mais global, quais seriam as possíveis ações a serem realizadas e se o desfecho poderia ser melhorado. Em meio a esta reunião, constatei que a nossa atitude estava correta, sendo o diversificar ou focar uma questão extremamente importante organizacionalmente falando, pois muitas empresas diversificam e perdem o seu foco inicial, prejudicando suas bases e sua estrutura como um todo. Após esta discussão, pude ainda participar de uma mesa redonda com professores que conversavam sobre este tema, e acabaram por me elucidar informações de grande valia e principalmente me lançaram idéias que culminaram com meus pensamentos sobre o tema.
Assim, voltando ao cliente, com uma situação já avançada diante de seu negócio, de forma a mostrar que os acontecimentos estavam a um passo extremamente caótico, a decisão foi tomada: para não perder o patrimônio, prestígio e principalmente, arruinar com a primeira empresa, foi necessário reorganizar o foco, voltar atrás e se desfazer do segundo empreendimento antes que esse viesse a arruinar todo o grupo. Assim se deu, a empresa voltou a focar-se em seu ramo inicial, buscando diminuir as perdas e alcançar novamente sua posição no seu mercado de atuação.
É claro, que este é um caso de insucesso diante de um diversificação que mostrou um despreparo e uma miopia organizacional e culminou em inúmeros prejuízos, muitos desses irreversíveis a curto prazo. Porém é sabido que esta é uma tônica em muitos mercados e a falta de foco transforma verdadeiras fortalezas em pequenas barricadas altamente frágeis e suscetíveis a alterações de mercado e concorrência.
Por isso, quanto pensar em articular novos investimentos organizacionais, pese sempre quais os pontos que poderão a todo momento interferir em seu novo campo de atuação e principalmente avalie a sua capacidade técnica/profissional para atuar em um novo ramo, pois engana-se aquele que acha que porque obtêm sucesso em um tipo de segmento, conseguirá em qualquer outro, já que são inúmeras situações superadas e experimentadas que fizeram de seu trabalho um sucesso.

sexta-feira, junho 09, 2006

Tudo converge para o consumidor


Eduardo Souza Aranha
Diretor geral da Souza Aranha Marketing & Direto

Este é o ponto fundamental. Quando você analisa duas empresas líderes em sua categoria como a Dell e a Compaq, o que você enxerga? Os produtos sempre mais iguais e os fundamentos estratégicos cada vez mais distintos. Mais focada estrategicamente nos consumidores, como a Dell, ou mais orientada a produtos, como a Compaq.Esqueça o limitado conceito do foco no consumidor do marketing orientado a produtos. Nele, as empresas alardeiam a necessidade de focar o consumidor, porque estão voltadas para o produto. Comandadas pela ótica do produto, as suas principais decisões estão dirigidas para quem vender, como distribuir o produto e como se comunicar com o mercado-alvo. O consumidor é a função dependente, em um mundo no qual o produto representa o centro do universo. Com mais freqüência, as empresas estão percebendo que o verdadeiro valor em marketing está na qualidade e na intensidade do seu relacionamento com os consumidores.Surge uma nova ordem, centrada no relacionamento com o consumidor. O modelo agora leva as forças de marketing a focar o mercado pela ótica do consumidor. Enxergar quais são os consumidores de valor para a marca. Quem são, onde estão, quais as suas necessidades individuais, seu perfil, seu histórico de relacionamento, suas transações. Entender as suas predisposições. E aí criar e desenvolver um sólido canal de marketing, estabelecendo uma rentável relação entre o consumidor de valor e a sua marca. Pelo canal de marketing fluem componentes táticos, sejam produtos, sejam ações de comunicação sempre mais interativas. Essa nova comunicação será dirigida pela informação. Graças a estruturas avançadas de database marketing com informações pertinentes sobre o consumidor de valor, ela se torna mais personalizada, ou melhor, customizada por agregar linguagens e ofertas relevantes ao estilo individual do consumidor. Sob o signo da interatividade, amparada por refinadas tecnologias, a informação e a comunicação de marketing estão se encontrando na mesma dimensão de espaço e tempo. Os novos canais de marketing — como a internet e o call center — são resultado dessa convergência mais corriqueira entre a comunicação e a informação. Quando se vê um jovem plugado na internet, comprando um CD ou DVD pelo e-commerce, cabe a pergunta: em que mundo ele está? O da transação, o da informação ou o da comunicação de marketing? A resposta é imediata: em todos os três. O nome do jogoA convergência de informação, transação e comunicação, em uma única dimensão, constitui a essência do e-CRM. Traz enormes oportunidades e desafios à capacidade das empresas no gerenciamento dos seus esforços de marketing e no desenho da sua estrutura organizacional. E, principalmente, à arte de elaborar estratégias que maximizem ganhos sinergéticos do marketing de relacionamento.Existe a grande falácia do real time marketing ou o marketing em tempo real. Mais uma vez a velha confusão entre marketing e promoção, tão freqüente na nossa imprensa. É evidente que as promoções on-line dirigidas ao consumidor são mais suscetíveis ao conceito de tempo real. Isso cria novas pressões ao ambiente de marketing. Reduz o ciclo de vida de cada promoção e aumenta a necessidade de se alocar mais recursos para acompanhar a velocidade e aproveitar o elevado potencial de ajustes competitivos permitidos pelo mundo on-line. Mas tudo indica que esta falácia do real time marketing foi engendrada por uma mente profundamente arraigada ao mundo da informática. Longe de ser uma crítica, esta consideração é um reconhecimento. A profunda revolução que está ocorrendo no mundo do marketing foi criada, gerada e impulsionada pela área de tecnologia da informação. A dura constatação, para nós profissionais de marketing, é que fomos surpreendidos e estamos a reboque de toda esta revolução.Lembram-se do mais emblemático clássico de marketing, o artigo “Miopia de Marketing”, de Theodore Levitt? Pois é, aconteceu conosco. É o desenvolvimento tecnológico que nos impulsionou a um relacionamento de marketing tão profundo com os consumidores. Relacionamento com benefícios e aplicações que jamais especificamos ou brifamos. Agora que o pessoal de tecnologia teve a competência de fazer a bola redonda, está na hora do pessoal de marketing colocá-la no meio do campo e assumir o comando do jogo.

quarta-feira, junho 07, 2006

E-mail Marketing: A importância da profissionalização


Paulo Rodrigo Teixeira é consultor do MBA da Unicarioca e é especialista em Internet Marketing.

O e-mail marketing é uma melhores estratégias de relacionamento. Aliada ao seu baixo custo, é uma ação de marketing tentadora para qualquer empresa. Porém, a atitude de profissionais despreparados, de spammers e de scammers, vêm desvalorizando a cada dia o e-mail marketing. Para resolver esses problemas, é importante a profissionalização das práticas e dos profissionais de e-mail marketing.Para executar as ações do nosso dia-a-dia, ou fazemos pelo instinto ou passamos por algum treinamento para aprendermos como fazer. Para o bebê se alimentar, o instinto é suficiente. Já para aprender a ler, você precisa ser treinado, ou melhor, educado para entender as letras, depois, com o conhecimento anterior assimilado, passa a juntar letrinhas e por aí vai. Em alguns casos, não adiantará apenas o treinamento. O melhor exemplo é andar de bicicleta, pois, por mais que você tenha diversas aulas, é na prática que você aprende. Tem que cair.As estratégias de internet nasceram muito da prática. Em 2005 completaremos 10 anos de internet comercial no Brasil. Tivemos que desbravá-la por ser relativamente recente. Nos deparamos com decisões sobre coisas que nunca foram feitas antes e através dos erros e acertos, conseguimos criar padrões e desenvolver ferramentas para as práticas do dia-a-dia.Com o e-mail Marketing não foi diferente. Muito foi aproveitado do conhecimento do Marketing Direto, mas logo verificamos que o e-mail marketing tinha suas próprias peculiaridades. Hoje em dia, já temos muitos padrões e ferramentas, que nos facilitam executar uma campanha de e-mail marketing mensurável, relevante e personalizada. Mas muitos ainda insistem no amadorismo. Por ser relativamente barato, as pessoas acreditam que basta digitar meia dúzia de palavras, anexar imagens e colar vários endereços no campo "para", que estão fazendo e-mail marketing.A ABEMD já faz a sua parte. Além de publicar o guia de boas maneiras nas ações de e-mail marketing, auxilia na troca de conhecimento entre seus profissionais. Mas apenas isto não basta. As empresas precisam também fazer a sua parte com políticas claras de privacidade e fornecer os recursos e treinamentos necessários para seus funcionários. Os profissionais também precisam fazer a sua parte participando de cursos, debates, leituras e divulgação das boas práticas.O que ocorre hoje em dia é que pelos erros de alguns todos pagam. Empresas têm praticado spam sem saber. Por isso, é importante contar com a ajuda de empresas experientes e profissionais capazes para suas campanhas de e-mail marketing. Contratar empresas e profissionais inexperientes, pode causar danos a imagem da sua empresa, é o barato sai caro.Mas não é por que existem padrões que você não pode inovar. É como o ditado que diz: "É preciso conhecer as regras para quebrá-las". Se alguém diz que colocar o assunto do e-mail da forma X é mais efetivo, você pode tirar amostras e testar. Tudo depende do seu público.Portanto, os passos para a profissionalização do e-mail marketing são:- Ética.- Estudo.- Prática.- Testes.- Inovação.Sem eles, você será apenas mais um que não entende por que sua estratégia de marketing por e-mail falhou. O seu objetivo deve ser estabelecer relações duradouras com a sua base e não encher a caixa de e-mail dele de lixo.

terça-feira, junho 06, 2006

Desmistificando o Marketing de Relacionamento


André Sapoznik é diretor geral da Incentive House, empresa de marketing de relacionamento do grupo Accor.

A busca por uma aproximação cada vez maior entre empresas e seus clientes sejam, eles consumidores individuais (B2C) ou outras organizações (B2B), não é recente. Desde meados do século XX, a mentalidade de produção “de dentro para fora” vem cedendo espaço a um foco “de fora para dentro”, em que se privilegiam as necessidades e expectativas dos clientes para então projetar a organização e os bens e serviços de modo a atendê-las. Um exemplo claro é o movimento pela qualidade, que se espalhou pelo mundo a partir dos anos 60-70 e teve bastante força no Brasil nos anos 80-90.

O que é mais novo no Brasil é o uso mais integrado, pelas empresas, das diversas ferramentas que compõem a ciência do marketing. Até há uns 15 anos, “marketing” no Brasil significava quase que tão somente “propaganda”. Isso porque, em primeiro lugar, no Brasil, há veículos de mídia que atingem uma parcela muito grande da população, e, concentrando sua mensagem nesses veículos, era relativamente simples falar com todos os clientes. Em segundo lugar, e talvez mais relevante, nossa herança inflacionária corroia em grande parte quaisquer informações que se levantassem sobre o mercado. Com isso, várias das possibilidades de marketing, em especial aquelas que lidam com séries históricas de números, ficaram prejudicadas. Ora, com a estabilidade de nossa moeda, a partir do Plano Real, passamos a poder compilar informações que nos permitiam tomar decisões e medir o impacto dessas decisões.

Nesse cenário, firma-se como tendência relevante o crescimento do papel do Marketing de Relacionamento no Brasil. Mas o que é Marketing de Relacionamento afinal? O Marketing de Relacionamento tem sido confundido, com freqüência, com CRM, “below-the-line”, database marketing, “one-to-one marketing”, “loyalty” e várias outras expressões. Embora Marketing de Relacionamento esteja ligado a todos esses termos, na realidade, é algo muito mais amplo. Gosto da definição proposta pelo Carlson Marketing Group, parceiro da Incentive House: Marketing de Relacionamento é uma estratégia de negócios que visa construir pró-ativamente uma preferência por uma organização com seus clientes, canais de distribuição e funcionários, contribuindo para o aumento do desempenho dessa organização e para resultados sustentáveis. Consiste, portanto, em lançar mão de várias ferramentas do marketing, integradas sob um grande “guarda-chuva”, que garante alinhamento estratégico e coerência de ação.

É natural, então, a evolução de agências de marketing direto, de marketing de incentivos, de marketing de eventos, na direção do Marketing de Relacionamento. A motivação principal é combinar várias competências para atingir um melhor resultado. Nenhuma empresa quer uma mala direta “campeã” – as empresas querem aumentar suas vendas, suas margens, seus resultados! Nesse sentido, por que se limitar ao espectro do marketing direto? Na Incentive House, desenvolvemos para vários clientes projetos que integram ações de marketing direto com a organização de eventos (“marketing face-a-face”), que pode ser uma solução interessante a depender do público e da mensagem que se deseja passar. Também combinamos com ações de incentivos, de modo que toda a organização, desde os funcionários até os clientes finais, passando pelos canais de distribuição, estejam alinhados numa mesma direção. A somatória de todas essas ferramentas torna o resultado desejado pela empresa muito mais atingível.

E como isso acontece na prática? O principal desafio é reunir todas as competências de Marketing de Relacionamento numa oferta integrada para o cliente. Por um lado, o cliente tem que contar com o melhor em marketing direto, em organização de eventos, em marketing de incentivos, e assim por diante. Por outro lado, o cliente tem que estar atendido por um profissional, pois não estará disposto a receber 4 ou 5 interlocutores diferentes, cada um deles de uma especialidade estreita.

A percepção dos clientes tem sido extremamente positiva, na medida em que temos sido capazes de apresentar soluções geradoras de resultados – e esses resultados são todos mensuráveis, de tal forma que fica fácil comparar quanto se investiu e qual foi o retorno oriundo desse investimento. Afinal, resultado é o principal assunto dos profissionais de marketing hoje em dia, de agências a clientes e anunciantes.

De forma bastante objetiva, o principal resultado almejado pelas empresas é o lucro. E ponto final. Tudo tem que se justificar pelo aumento da “linha de baixo”, como os financeiros gostam de chamá-la. Naturalmente, nem sempre é fácil identificar precisamente qual o adicional de lucro gerado por uma ação específica. Por isso, é comum trabalhar com várias aproximações, como por exemplo, aumento de vendas, conversão de “leads” em clientes, satisfação dos clientes medida em pesquisa, redução de “churn” na base de clientes, e assim por diante.

Mas uma tendência irreversível é a proximidade, cada vez maior, de métricas ligadas ao lucro. Lembro-me bem dos primeiros tempos da Internet, em que se mediam “eyeballs” (literalmente, “olhos”, pois vendia-se a idéia de que quanto mais olhos – ou pessoas – um determinado site atingisse, maior o seu valor) ou “cliques” (uma “evolução” que reconhecia que nem sempre todos os olhos interagiam com o site, e os que realmente importavam eram aqueles que clicavam no site...). Hoje, a turma toda da Internet só quer saber de margem, de lucro, de geração de caixa. Que é a métrica tradicional de agregação de valor.

Nesse ponto, o Marketing de Relacionamento tem uma sensível vantagem, uma vez que a maior parte das ações derivadas dessa estratégia têm impactos quantificáveis. Costuma-se dizer, por exemplo, que uma campanha de incentivos bem formulada é “auto pagável”, pois os prêmios só serão efetivamente desembolsados se os resultados forem plenamente atingidos.

segunda-feira, junho 05, 2006

Ruído 5X0 Comunicação


Sergio Buaiz

Muito já foi dito sobre a importância da comunicação nos tempos atuais, mas até que ponto o excesso de comunicação poderá ser suportado pela nossa capacidade física e limitada de recepção? Estar bem informado é uma necessidade crescente, mas que tipo de informações estamos precisando? Qualquer informação? A qualquer tempo?! Hummm... acho que não. Há algumas décadas, nosso poder individual de emissão se limitava ao contato direto, alguns escritos e telefone. Apenas os meios de comunicação de massa podiam emitir informações em larga escala e alcance. Um poder que foi amplificado nos últimos anos, através de rádio, jornais, revistas, cinema, TV... sem contar nos outdoors, cartazes, faixas, ônibus, metrô e todos os outros espaços invadidos pela publicidade! Em algum momento desse processo, a quantidade de informações emitidas começou a superar a nossa capacidade de assimilação, provocando uma disputa cada vez mais acirrada dos anunciantes pela atenção do público. E a publicidade de massa começou a ser contestada em sua relação custo-benefício (isso já foi notado há mais de uma década). O nascimento do Marketing Direto e suas variantes foi a saída encontrada para tentar direcionar a comunicação e reduzir o nível de ruído (e perdas) no caminho da informação, mas o que houve foi apenas um adiamento do problema que encontramos hoje. Se o excesso de comunicação já era ruim há mais de uma década, hoje tomou dimensões muito maiores! Quando a Internet entrou em nossas vidas, cada ser humano online adquiriu o incrível poder de emitir informações como nunca antes. Não há mais limitação de tempo, espaço ou custo para o emissor! Hoje, qualquer pessoa pode ter um e-mail e disparar milhares de cópias com apenas um click, povoando as caixas postais de toda a sua lista de endereços simultaneamente. Além do e-mail, temos o correio de voz e as mensagens coletivas emitidas por pagers e celulares, cada vez mais populares, o que aponta para uma sociedade de emissores compulsivos de informação. O que isso significa para a comunicação? É bom ou ruim?! Por enquanto, uma resposta otimista é "depende". Se o ser humano tiver bom senso para controlar seu ímpeto, viveremos em uma sociedade muito ágil e eficiente, com o fluxo democrático de informações e recursos dentro da rede. Entretanto, até o momento, o que se vê não é isso. O número de vozes que nos falam se tornou maior que a capacidade dos nossos ouvidos escutarem, e isso tende a aumentar muito a cada dia! Hoje, os usuários de Internet estão aprendendo a emitir informações através de um recurso novo, em um contexto novo que nunca tivemos antes. O poder da comunicação individual de massa foi concedido. Nossas falas e nossa escrita podem ser multiplicados indefinidamente, atingindo um universo maior de receptores... temos mais voz! Temos mais poder de influência! O que ninguém se deu conta é que não multiplicamos nossos olhos e ouvidos para receber tanta informação de volta... Os efeitos dessa distorção podem ser graves, pois só há comunicação enquanto há receptor. Quando o receptor não consegue assimilar o que foi emitido em sua direção, a comunicação é inválida e as informações transformam-se em ruídos, dificultando ainda mais nossa assimilação do que realmente importa. Enquanto não inventarem um chip para implantar no cérebro e acelerar nosso processo de compreensão/assimilação dessas informações, estaremos limitados pelo tempo. Não conseguiremos receber tudo o que nos enviam! O pior é que logo não teremos capacidade sequer de identificar o que é útil, pois essa identificação tem a ver com prioridade... e só podemos avaliar a prioridade de uma informação quando sabemos algo sobre ela. É um ciclo vicioso e sem fim. Por isso, enquanto não houver consciência, caminharemos para o caos da comunicação e a improdutividade decorrente. INTERRUPÇÃO X PERMISSÃO Diante deste quadro, fica fácil entender o porquê do SPAM (mensagem eletrônica não solicitada) ser tão combatido na Internet. É o sintoma de um problema muito maior, cujo nome verdadeiro é "Marketing de INTERRUPÇÃO" (ou comunicação publicitária não solicitada). Se o excesso de informações tende a inviabilizar a comunicação eficiente, é natural que as pessoas queiram desenvolver seus próprios filtros para receber apenas o que lhes é útil. Caso contrário, serão prejudicados na assimilação do que é realmente importante, em detrimento de uma comunicação indesejável. Quem defende o SPAM, costuma se basear que a técnica usada é similar às malas-diretas, telemarketing etc... ok. Estão parcialmente certos, pois todos esses exemplos são "Marketing de INTERRUPÇÃO". O problema é que a Internet mudou completamente o contexto da comunicação e o SPAM é o primeiro "Marketing de INTERRUPÇÃO" sem custo para o emissor. Os celulares e pagers que permitem o envio da mesma mensagem para "N" destinatários ao mesmo tempo caminham no mesmo sentido... Isso significa que todas as empresas e pessoas como nós estão adquirindo um poder de comunicação amplificada, com cada vez menor custo. Ou seja, todos podem começar a INTERROMPER 10, 100, 1000 pessoas a um custo cada vez menor. Quando somos INTERROMPIDOS uma, duas, dez vezes, achamos aceitável. O problema ocorre quando começamos a ser INTERROMPIDOS demais, com assuntos que não nos interessam e apenas nos fazem perder mais do nosso escasso e precioso tempo (cada vez mais escasso e precioso). São ruídos que atrapalham a comunicação eficiente. Perder tempo sendo INTERROMPIDO é um mal que vem crescendo, mas a maioria não se deu conta disso! O Marketing de INTERRUPÇÃO funciona e sempre foi válido, mas diante das novas condições trazidas pela tecnologia, pode tornar a vida em sociedade insuportável em pouco tempo. Por isso, não é um problema que se resolva com leis. É um problema que só se resolverá com consciência. Primeiro, é necessário enxergar o futuro. Depois, é necessário desejar sinceramente um futuro melhor para todos. Sem isso, não haverá limites. Hoje, recebi pela terceira vez na semana, uma ligação do telemarketing do Unibanco tentando me vender cartões... pela terceira vez descartei... daqui a 5 anos serão 30 ligações! Quem enxerga assim percebe que é preciso dar um basta agora, antes que o uso indiscriminado dos meios de comunicação acabe com a comunicação. Sim! Se usarmos 100% dos meios de comunicação, passaremos a não comunicar mais nada... pois o receptor não será capaz de distingüir a informação relevante em meio a tanto ruído. Volto a lembrar: o poder de "emissão" de sons, imagens e idéias foi amplificado, mas o poder de "recepção" que nós temos é praticamente o mesmo. Não há como ouvir 10 rádios ao mesmo tempo, assistindo 15 canais de TV... ou seja, o limite físico existe do lado do receptor. Quanto mais o receptor é bombardeado com informações de todo tipo, menos capacidade ele tem de avaliar e absorver as informações que ele realmente quer e precisa receber... Teoria da Comunicação I em qualquer faculdade meia-boca explica o que está acontecendo! Queiram ou não, o nível de ruído está subindo a cada dia por causa do uso indiscriminado da comunicação impessoal que INTERROMPE. Para combater esse problema, é necessário conscientizar os emissores de que nem tudo o que eles emitem é relevante para todos. Se os emissores continuarem tentando decidir pela vida dos receptores, o caos estará cada vez mais próximo. Por isso, é preciso cultivar o respeito mútuo. Precisamos dar aos receptores o poder de filtrarem o excesso de informações, escolhendo as fontes emissoras que desejam escutar. Este é o conceito de PERMISSÃO. Sem isso, corremos o risco de inviabilizar a comunicação como um todo.